Receptação de cargas e roubo de caminhões sempre foram uma grande dor de cabeça para os motoristas, mas nos últimos anos o problema se agravou, sobretudo no Rio de Janeiro.
O estado fluminense registrou 10.599 casos de roubo de cargas em 2017, o equivalente a um crime a cada 50 minutos! Segundo o estudo “O impacto econômico do roubo de cargas no estado do Rio de Janeiro”, divulgado pelo Sistema Firjan, o prejuízo chegou a R$ 607,1 milhões.
A Associação Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística também já havia alertado para o aumento desse tipo de crime ao divulgar que, em 2016, foram registrados 24.563 casos de roubo de cargas no país, gerando um prejuízo de R$ 1,36 bilhão.
Para dar uma ideia do cenário em que vivemos, em uma lista de 57 países, o Brasil é apontado como o oitavo mais perigoso para o transporte de cargas, estando à frente de nações em guerra e conflitos civis, como Paquistão, Eritreia e Sudão do Sul.
Propostas visam refrear, sobretudo, a receptação qualificada
Atualmente, a pena para quem conscientemente compra, recebe ou transporta mercadorias roubadas vai de um a quatro anos de reclusão, e pode chegar a oito se a ação tiver fim comercial ou industrial – a chamada receptação qualificada. Pois agora, com objetivo de coibir esse tipo de crime, projetos apresentados em 2017 no Senado tornam mais rigorosas as penas.
Um deles propõe aumentar a pena tanto para a receptação simples (de dois a seis anos) quanto para a qualificada, que passaria a ser de cinco a dez anos.
Outro texto propõe incrementar as penas para receptação qualificada em um terço e aumentar a pena máxima de roubos para 15 anos, em vez de dez.
Ambas propostas estão sendo analisados pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e tem como principal objetivo refrear a ação dos comerciantes de receber cargas roubadas ou furtadas. Afinal, só há roubo de cargas porque existe a receptação.